Georgie… Do you want…a… baloon? – Homenagem a George Sibley

-“Vou deixar você com o vovô, papai e Caroline. E sabendo disso, finalmente poderei dizer adeus.” Six Feet Under,”Hold my hand”, Episódio 03, Temporada 05.

1 – [Infância]
Mamãe está preparando sua comida preferida Georgie,
Ovos com bacon e linguiça Georgie, mamãe sabe que você gosta.
É muito melhor que essa bebida amarga e comprimidos,
Georgie, segure a mão de mamãe e não solte nunca mais,
E quando eu adormecer, não quero que me acordem,
Vá brincar com Russel lá fora, ele perdeu sua mãe,
O pai de Russel é alcooótra e trabalha nas minas de carvão,
Mas ele pode lhe fazer um lindo barquinho de papel quando sóbrio,
E então poderá sair na chuva e brincar com seu barquinho,
Ohhh Georgie!Você fica tão bonito com sua capa de chuva amarela,
Georgie, segure minha mão, e pingue mais 40 gotas deste sedativo,
Mamãe quer dormir agora, mamãe está tão cansada…

2 – [Vida Adulta]
George, porque guarda pedaços de pão nos bolsos?
[Mamãe me dizia para comer todo o pão,]
[Mamãe me dizia que não se pode desperdiçar comida,]
[Eu não estava com fome e guardei pedaços de pão nos bolsos.]
[Porque mamãe dizia…mamãe dizia, que eu sou estúpido,]
“Oh Georgie, você é estúpido igual teu pai, coma todo esse pão”,
E mamãe me disse: “Segure minha mão, até que eu durma”

3 – [Loucura/Paranóia/Lembranças]
Vamos lá George, está na hora de tomar os remédios…
Hoje a injeção vai doer menos, vamos lhe dar mais uns choques,
Feche os olhos George, não vai demorar, talvez você esqueça alguma coisa…
E nunca mais voltará a se lembrar, nunca mais George…
Oh Georgie, segure a minha mão agora, e nunca mais me acorde,
Mamãe vai dormir agora, me leve pra cama e me cubra, está frio hoje,
Olha lá Georgie, está chovendo, vai brincar lá fora com Russel,
Mas espere que mamãe feche os olhos, e então os anjos olharão por ti
E então poderei partir sem medo, mas Georgie, segure minha mão…

4 – [Adulto/Lembranças]
Hello garotinha!!Estava com saudades de Vovô George?
Quando vovô era criança, o pai de um amigo me ensinou,
A fazer lindos barquinhos de papel, e quando chovia,
Ohhhh minha pequena, quando chovia, o barquinho deslizava,
E sua avó um dia me viu pela janela, e naquele instante,
Naquele instante eu nunca mais esqueci seu rosto,
Um dia vovô ficou doente, e vovô tomou vários choques,
E sempre…sempre vovô vai se lembrar…”Segure minha mão…”
“Segure a minha mão até que eu durma!”

PS: George Sibley é um personagem da série norte-americana “Six Feet Under”. Um dos episódios mais impactantes da série é o episódio 03, da última temporada, que foca os conflitos deste personagens. Dentro do contexto, lembrei de outro personagem, do aterrorizante “A coisa”(aquele filme daquele palhaço medonho) que têm um personagem chamado “Georgie”. Foi apenas um cruzamento de idéias, por causa do medo, lembrança e o tema abordado: a loucura, que é abordada nesse episódio, tendo em vista que o personagem tem surtos depressivos-paranóicos, devido a um trauma na infância por ter visto a mãe se matar com remédios.

Random memories

Amanheceu na praça de março. Os sábios continuam jogando suas cartas, falando sobre doenças e bailes da terceira idade. Algumas coisas nunca mudam, as praças continuam com seus carrinhos de pipoca, os velhos sábios e franzinos continuam jogando xadrez, cartas e dominó. “Meu filho quer me colocar no asilo…Deus me livre, eu não quero, eu não quero!O filho que eu tanto amei…quer me jogar em um asilo…o filho…meu filho!”

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Estou trabalhando muito nesta última semana. Deus sabe o quanto estou cansada!Eu olho meu rosto no espelho e ele está deteriorado. Estou com olheiras…me sinto cansada. Todos os dias, todos os dias eu me canso. Minha mãe sempre me diz: “Mente vazia, oficina do Diabo”. E então eu me ocupo. O máximo possível. E quando eu chego em casa, tiro meus sapatos e tomo um banho frio, a oficina do diabo volta a todo vapor…assim…triste. Tem coisas que não há solução. Quando você mergulha no inferno, você não quer mais sair. É isso que eu penso quando se Ama alguém. Para esquecer, temos que ocupar a cabeça com algo que nos canse…mas na calada noite…pensamentos retornam junto com o cansaço. Tem coisas nessa vida, que não tem solução. Temos apenas o Tempo e o cansaço.

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Seres humanos são engraçados, homens e mulheres. Acordo cansada, terrivelmente cansada. E de manhã eu sou incrivelmente introspectiva. Eu me calo fazendo anotações num pedaço de papel. E eu tampo meus ouvidos para não escutar conversas aleatórias. Eu apenas observo…penso e escrevo. E hoje eu pensei o quanto o ser humano gosta de se flagelar. Sabemos que isso não adianta, mas assim diminuímos nossa culpa. É como se pagássemos nossos pecados, e sabemos que isso não adianta nada. Estou trabalhando dias e noites, eu sei que não adianta…e então eu vou embora. Fecho meu caderno de anotações e sigo meu caminho. E quando chega a noite, pela janela do ônibus fretado, eu fico olhando os carros passando, a chuva caindo…os carros passando…a chuva caindo…freneticamente.

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Estou rindo e ao mesmo tempo molhando o rosto. Tudo ao mesmo estranho. Eu dou risada quando tiram um sarro da minha cara, mas na verdade, por dentro eu choro. Eu dou risada quando dizem “Ana, você é solteira e bonita. Se divirta com as pessoas erradas.”, “Ana, eu tenho um amigo…”, “Ana, você tem que aproveitar para cair em altas putarias”, entre outras coisas. Eu até queria pensar dessa forma. Mas não consigo. Nunca fui leviana e casual. E não vai ser agora que vou fazer isso. Eu não preciso de um homem a cada final de semana. Eu não quero uma pessoa para fazer de objeto sexual. Eu só quero amar, e que seja sincero, e que o pecado não um pedaço de carne vermelha exposta no açougue. E que o pecado não uma farsa de final de semana. E então eu penso, porque diabos as pessoas acham que quando você é bonita e solteira você tem mais é que levar uma vidinha sem controle, sem sentido e sem respeito?

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Pessoas céticas são chatas e infelizes. Aquele que não dá a cara para tomar uma bofetada, pode até se orgulhar de nunca ter oferecido a face, pode dizer que nunca errou, que nunca agiu sem medir consequências. São pessoas fracas. Aquela que não diz o que sente, jamais poderá afirmar que nunca tentou. E as pessoas são assim, reclamam sem nunca ter tentado. E quando tentam também reclamam. No futuro, no presente…as pessoas reclamam. No futuro reclamam que aquilo que tentaram funcionou mas não deu certo. E amaldiçoam o maldito dia de terem dado a cara a bater. E no presente reclamam o quanto são tolas por ter tentado e não conseguido e que seria melhor terem ficado quietas, principalmente quando chegam aquelas pessoas chatas e infelizes: “E eu avisei que não era para você fazer isso.” E então dão milhares de soluções ridículas para o seu problema.

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Está lá um Tolo contando uma piada. As pessoas dão risada e jogam tomates no Tolo. E então o Tolo diz:

-“Ohhhhh Suzanah!Oh bela Suzanah dos olhos castanhos!Eu acredito no Amor da bela Suzanah. Ela não me diz nada, mas eu acredito. E eu estou esperando a bela Suzanah.”

E então todo mundo ri, achando que o Tolo criou uma nova piada. Todos riem cuspindo pipocas, com suas bocas mostrando os dentes podres e ao mesmo tempo lambendo os dedos imundos de terra, pois afinal, além de se divertir com a dor do Tolo, todo homem deve lavrar a terra.

E enquanto todo mundo ri, o Tolo rola no chão rindo falsamente. Mas na verdade o Tolo está chorando, porque sua dor é motivo de piada. E então a arena abre e entra um Leão. “Divirta o Leão agora!”, diz o Rei. E o Tolo sai correndo, balançando o lenço vermelho que tirou do pescoço. Ele corre em círculos, fugindo do Leão e pensando em Suzanah. E o Tolo, enquanto corre do Leão, grita alto: “Suzanah é uma rosa, e ela está numa redoma. Se vier um carneiro e comer esta rosa, não importa…eu cuidei bem de minha rosa…não importa…não importa”.

Todo mundo ri…todo mundo ri da dor comédia do Tolo. A vida é Bela e o Amor é visto como uma piada. E enquanto dão risada das crenças e sentimentos do Tolo, ele continua fingindo que sua trova é uma piada: “Ohhh Suzanah!Ohhh Suzanah!Você quer um balão?Quer um colorido balão?Você gosta de cores Suzanah?” E o Tolo gosta de cheiros…Suzanah gosta de cores…

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“The only cribs that we should care for
Are the ones that we are here for
The ones belonging to our children
That do what we do, scar from our wounds…”
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“Yo solo quiero caminar
como corre la lluvia en el cristal
como camina el río hacia la mar
Repicando canto al alba
a la torre de la campana
y un rayo de sol alumbra
la escarcha de la mañana.
Yo solo quiero caminar?

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Shame

 Inspiration is what you are to me…Inspiration, look to see…

 

Estou aqui com as mãos atadas, com cordas imaginárias,

Eu posso estar me enganando agora, mas eu te amo,

E eu sei que o meu coração sabe, que minha chama queima,

Que as tentações são as melhores pra mim, a inspiração

Porque com meus olhos vendados, eu quero ser uma cega,

Que toca cada célula de sua pele numa súplica de saber o que é.

Amor, eu adoro surpresas, coloque uma venda em meus olhos…

Eu estou tentando o tempo todo, tentando assim…sem tentar…Sabe?

Me desfazer desse amor que está chegando, que me consome todos os dias,

Mas meus passos, minhas pernas doem, elas estremecem e não querem mais correr,

Doem numa dor gostosa e preguiçosa, meus músculos estão todos tensos,

Desde o dia que você reapareceu, numa noite de domingo chuvosa…

Quero permanecer agora, assim, de joelhos, não quero correr…quero ficar…

Estou esperando, você invadir meu lugar, como um furacão em alta escala,

Esse amor que está chegando, ou não…eu não me importo se não é real,

Amor eu não me importo se isso é tolice, meu lençol de cetim diz que não.

Você pode não me amar, mas eu te amo, e eu direi de novo, “mas eu te amo”

 

Amor diga que está chegando, nesse meu caminho cheio de pedras,

Se você cair e se machucar, não se preocupe, cuidarei de ti…com minha chama.

Aqui neste meu caminho, estou te esperando, meu coração está em paz,

Me estenda a mão e vou cuidar de você, eu não tenho kit de socorros,

Se estiver com febre, deixe-me tocar seu rosto para conferir…

Você não precisa cuidar de mim, porque eu me sinto plena,

Mas se quiser, se quiser cuidar de mim, me coloque de repouso.

Mas fique ao meu lado, e quando eu sentir frio, entre embaixo das cobertas também…

 

Amor, quando está por perto, eu escalo montanhas enormes,

Amor, eu estou no meu caminho, neste lugar que eu amo

Eu vou estender meu desejo por milhas e milhas, 

Norte, sul, leste, oeste, sudeste, noroeste, centro-oeste,

Não me importa o quão distante você esteja agora,

Estou lhe esperando, sussurrando seu nome ao vento,

Amor, cada vez que você se aproxima eu te sinto mais,

E quando você se afasta, se escondendo dessa forma,

Os meu dias estão caindo como cadeiras estridentes,

Como um espetáculo ruim, cadeiras voam com desespero

E num desespero incomum, eu deito meus olhos em minhas mãos,

Não me diga que estou sendo tola, Amor…eu acredito em você,

Porque o que eu sinto…sim…o que eu sinto é forte demais,

É tão forte que sou incapaz de dizer que não estou te amando

Amor, venha aqui comigo, eu sou tão boba… meu Amor,

Eu escuto minhas memórias gritarem aqui dentro,

Eu estou dando o melhor de mim, Amor, fique aqui,

Neste lugar que eu amo, é onde eu estou, com minhas orações,

E você não é apenas um mero enfeite, um altar para os anjos,

Mas eu posso te amar como uma obra de arte incompreendida,

Diga que me ama e que está em meu caminho, assim…mesmo tropeçando,

Amor selvagem eu posso cuidar de você, eu vou lhe tocar a pele,

E dizer…Que seja…Que seja…Eu te amo, e meu bálsamo é apenas Amor.

 

Amor estou em meu caminho agora, estou de joelhos, de joelhos…

Apenas calçando minhas meias três quartos e minha camisa de trabalho,

Eu sou uma exceção no meio do caminho, eu estou cega agora meu Amor,

Dê-me sua mão e eu lhe direi tudo o que eu tenho pra dizer, eu vou tentar…

Eu vou tentar…Amor…eu não quero ser “apenas mais uma”, eu não sou,

Um amor de final de semana, eu sou uma mulher intensa e espirituosa,

Quando eu me envolvo, eu vejo a beleza e o poder das coisas,

Mas eu nunca me vi nessa situação antes…Deus, o que está acontecendo?

Deus me levou a sério enquanto eu caminhava na praia pela manhã…

 

Você já tem os meus olhos em você, eu eu já fiz um mapa de ti,

E não me venha me pedir para que pare com isso, eu sou uma tola,

E os tolos meu Amor, são aqueles que acreditam em milagres,

Aqueles que acreditam que a vida é bela…mesmo com os olhos bem fechados.

 

Estou te esperando, eu tenho certeza que encontrará a paz dentro de você

E neste lugar que eu tanto amo, vou ser suave como o vento, Amor, eu não te machucaria,

Me desculpe se eu fui rude, eu disse que eu te odeio no primeiro dia de abril,

Amor, você sabe que eu não sei contar mentiras, não me diga que caiu na minha lábia de Abril,

Amor, eu te amo, e eu lhe digo isso de joelhos, e não há nada, nada que eu lhe diga,

Assim, de mentira, meus olhos me entregam, eles brilham meu amor, estou te dizendo,

Eles estão lhe dizendo, que neste lugar que eu amo, eu estou de joelhos, te esperando,

Não há nada, não há nada que me tire deste lugar…nada…é nele que estou agora.

E este lugar se chama Amor…não há nada que me faça agora fugir deste lugar.

 

Amor, me diga qualquer dia desses, qualquer dia, sem prazos, sem cronograma,

Eu adoro surpresas, Amor, venha e fique comigo…mas apenas se quiser,

Apenas se quiser, se quiser me dizer algo importante, Amor…ouça seu coração,

Se não me ama, Amor, não venha…eu não brinco com sentimentos, não quero que brinquem comigo também,

Se me ama, se me ama, venha e fique comigo. Eu te levarei para casa, se me estender a mão,

Se um dia eu brinquei contigo, a ponto de te ferir, Amor…me perdoe, muitas vezes eu não penso,

Não queria que fosse assim, eu te amo demais…se eu te tratei mal, amor, me perdoe,

Saiba que foi apenas um blefe…eu sou péssima em jogos de cartas, não sou cruel…

 

Amor, olhe nos meus olhos, e me diga um dia, um dia qualquer,

“Querida, coloque um vestido bonito e venha até Atlantic City”

E neste lugar que estou indo…será bonito, Amor, estou te amando

Não quero outro homem em minha vida agora, e há vários ao meu redor,

Eu poderia, se eu quisesse, ter um homem novo a cada final de semana,

Você sabe que posso conseguir isso, se eu quiser…

Mas eu não quero meu Amor, eu não me importo, não me importo quando me dizem,

Que eu desprezei um bom partido, que não estou curtindo amores errados,

Estou sozinha agora…meus ombros estão leves…venha aqui e encoste neles

E então eu lhe contarei uma história, porque eu sei, que você gosta…de histórias.

Amor…meu coração é só teu, eu já joguei meus sapatos, minha angústia também

E no ar só existe o cheiro de caramelo mesclado com essência de baunilha,

Amor, você já tem tudo, e eu estou aqui…de joelhos…com minhas meias 3/4…

Vanilla Sky e o Coração de Hortelã

Acordei da cama hoje na base do susto e com o coração disparado. Costumo geralmente acordar antes do celular despertar, o que é bom, pois assim eu pego o celular e programo uma soneca ou alguns minutos a toa olhando para o teto, tentando recordar de algum sonho e encontrar algum sentido. Ou apenas: “como vai ser o meu dia hoje?”.

E hoje, segunda-feira, dia 2 de abril de 2012, eu acordei irritada…levemente irritada. Ao final do texto, imenso por sinal, vai ficar sabendo porque eu me irritei. Mas foi uma irritação com fundos de doçura. Me irritei porque o despertador tocou na hora certa, mas eu queria não ter ouvido…eu queria ter sofrido mais na alegria do meu inconsciente, minha angústia seria maior?Não sei…Eu não queria sair daquele sonho, porque nele havia um coração de hortelã, com um componente eletrônico estranho no meio do coração. É engraçado…porque no meu sonho, o hortelã era uma árvore com galhos retorcidos e flexíveis. Uma cheirosa árvore no campus da universidade. A única coisa com sentido ali, era aquela árvore, que apesar da forma “away”, tinha a cor escura…um verde escuro de hortelã. Um verde escuro irlandês!E aquela árvore, foi moldada, estranhamente moldada. Em meu sonho, o sonho desta madrugada de segunda, eu andava pela universidade, com meus livros de arte e semiótica nos braços, sem motivo nem razão aparente para estar lá. Podia ser que eu estava estudando. Eu gostaria de voltar a estudar…talvez eu faça História ou Filosofia…é um sonho também. Bom, vamos voltar ao enredo…

(Continua)

No meu sonho, eu caminhava alegre, mas lá dentro, algo me angustiava, me consumia por dentro. Mas eu sou gentil, não importando o meu estado de consciência. Pode explodir o mundo, mas eu vou ser gentil. As pessoas dizem agora, “Ana você é muito Alto Astral”. E então, perambulando pela universidade, meus olhos estavam perdidas, eu andava como estou sempre, meio desligada, em off. E então no meio do nada, eu resolvo checar meu email. Faz muito tempo que eu não olho meu email, e estou falando disso em tempo real, meu email está abandonado as traças, como diz a minha mãe. De vez em quando eu dou uma olhadinha nele, mas nunca há nada de bom, apenas alguns spams e mensagens de fóruns da área em que atuo. Apenas eu abro meu email, para executar “ações em massa”. Lixeira, e depois, “Limpar Lixeira”. Sendo assim, eu não me preocupo muito.

Continua…

No meu sonho a conexão era surreal, lógico, não podia deixar de ser!Eu achei uma delícia isso!Cômico…curioso!E então, n o meu sonho eu abri minha caixa de entrada e tinha uma mensagem lá, sem remetente. No assunto estava: “Coração de Hortelã”. No instante em que eu abri a mensagem, senti um cheiro de hortelã. Foi algo muito instântaneo…foi muito bom…um cheiro de hortelã fresco. E o email contrariava toda a lógica do mundo real, pois ele chegou a mim somente com o título da mensagem, somente com o assunto, e o meu nome no destinatário. Apenas isso. E então eu saio da sala, e volto a perambular pela universidade sem rumo algum, apenas seguindo o cheiro de hortelã que estava em todo lugar. E então, eu comecei a ficar angustiada, porque eu fiquei emocionada com uma porra de email. E nele tinha apenas “Coração de Hortelã”. E até no sonho eu penso: “Ana, você é uma tola, porque fica alegre com tudo”, e eu acho que sofro de um mal chamado “Bobose Aguda”…mas, eu tenho um pouco de transição, de Bobose Aguda eu parto para um momento de angústia aguda e silêncio total, mas isso dura pouco. Mas nessa transição binária Alegre(1), Triste(0), o cheiro de hortelã fica cada vez mais forte…e no meio da multidão, o cheiro vai aumentando…e ele é divino, extasiante. Cheiros em sonhos, são muito mais intensos que o real, é uma sensação arrebatadora. Geralmente quando eu sinto cheiros em sonhos, aquilo me marca, e eu já tive muitos “dejá-vu”, envolvendo cheiros. Enfim, voltando, isso aqui parece uma conversa, mas eu gosto de conversar…eu falo demais não é?Já percebeu?Acha que eu devo parar com isso?

Continua…

E eu fui seguindo aquele cheiro, que fugia da multidão, e então eu entro num imenso lugar vazio, um gramado bem bonito. E então lá no horizonte, não tão distante, a apenas alguns metros, eu encontro uma árvore. A cor dela era divina…verde escuro irlandês, e é agora, neste momento, que eu vou sair da prosa e entrar num poema:

E naquele campo de incertezas comuns,

Perambulando na universidade, pensando…

Lá naquele lugar em que meus pés não chegam,

Porque são milhas e milhas de distância,

O cheiro intenso de hortelã estava bem forte,

E lá no horizonte, não tão distante, está algo,

Verde-escuro irlandês, com galhos retorcidos,

Cheios de folhazinhas refrescantes…verde irlandês

Quando eu chego lá, na árvore onírica de hortelã,

Eu olho para ela e tomo um susto, eu entro em êxtase,  –*eu gosto muito dessa palavra…êxtase…percebeu?*–

Porque aquilo que eu vejo ali, é uma obra de arte,

Parecia um elemento na paisagem de um quadro de Hieronymous Bosh…

Os galhos da árvore de hortelã, se entrelaçavam,

Formando um coração, um coração verde e cheiroso,

Coração de Hortelã, Coração de Hortelã…

E eu fiquei ali, minutos e minutos…

Sentada naquele lugar, sozinha, olhando

O coração de hortelã…aquilo seria meu…

E naquele coração de hortelã, no centro,

Tinha uma coisa, uma peça de máquina,

Não me pergunte como minha cabeça,

O meu inconsciente fez aquilo daquela forma,

Bem…na verdade, me pergunte…você sabe…

Eu gosto quando você me faz perguntas,

Por mais que eu não saiba o que responder, como é o caso agora,

Eu gosto quando você me pergunta…qualquer coisa…eu gosto.

Voltando ao poema…

Havia uma estranha peça no meio do coração,

E então eu me aproximei, para observar o que era,

E então eu sussurei sozinha: “Deve ser um motor…”

E então fiquei lá, acariciando aquela peça,

Cheia de circuitos, fios, parafusos…

Eu não entendia para o que servia aquilo,

Mas eu achava muito bonito…e quando eu tocava,

As folhinhas de hortelã e aquela peça estranha,

A minha angústia dava lugar a momentos de Paz,

E eu sentia Amor, um bonito e estranho Amor.

E de repente, o meu olfato, o cheiro se mistura,

No meio do cheiro de hortelã, o cheiro verde,

Aparece um cheiro de baunilha…cheiro amarelo…

Eu adoro cheiro de baunilha, desde criança,

Quando eu era criança, minha avó fazia bolo,

E me dava as vasilhas para raspar, e eu pegava o vidrinho,

O vidrinho de essência Oaker…eu adorava, eu ainda adoro,

E eu me lembro, que eu ficava cheirando…aquela essência…Baunilha!

E o cheiro de baunilha, ficou bem forte,

E eu estava lá, admirando ainda mais o coração,

Coração de Hortelã, com fundo de Baunilha.

E então eu sinto uma mão me tocando os ombros,

Eu estava de vestido, meus ombros estavam nus,

E então, eu escuto uma voz…uma voz de Vanilla…

[Vanilla Sky…Vanilla Sky]

“É bonito não é?A forma disso, as cores…”

E então eu olhei para sua cara de Incógnito…

[Incógnito…Quem é você?Ninguém sabe]

E olhar para aquele rosto…O seu rosto…

Foi tão ou mais bonito, que contemplar,

O coração de hortelã…coração de hortelã

E então eu lhe perguntei:

“Você já experimentou mascar folhas de hortelã?”

“Então você sorri rindo: “Não…e você?”

“Eu já…é muito bom, quer experimentar?”

E então eu ergo os braços e pego uma folha,

E quando eu lhe entrego, você me olha,

Bem fundo em meus olhos, perturbador…

Isso me estremece, no surreal e no real,

Enquanto estou largada, em minha cama,

Eu estremeço no mundo real e no meu inconsciente Feliz…

Me faz Feliz…me faz voar…não quero mais acordar…

E então, lado a lado, nós contemplamos,

Aquele coração de hortelã, verde e cheiroso,

E o Vanilla Sky estava sentado ao meu lado,

E o cheiro de baunilha que vinha dele,

É deliciosamente perturbador…

“Você sabe o que é aquilo?”, Ele me pergunta,

“Aquilo o quê?Aquela peça cheia de circuitos?” –

“Sim…Você sabia que aquilo é importante?”

“Não…porque aquela peça é importante?Me explique…”

“Porque é ela que move todas as coisas, nada funciona sem ela…”

“Até mesmo um reator?Um reator nuclear?”

“Sim… querida…até reatores!(…)”

E foi no “Sim…querida…até reatores!”, que a porcaria do celular anunciou a hora de acordar. E em um susto eu pulei da cama. E na luz matutina entrando pelo vão da persiana, meu corpo inteiro arrepiou e o meu pensamento foi “Meu Deus…o que foi tudo isso!”. E o arrepio tomava conta, e não era o frio matutino do outono. Era a folha colorida de outono, agora  com cheiro de baunilha me perturbando lá do alto.

E eu fiquei um tempo, sentada na cama, amaldiçoando o celular que despertou, na hora “certamente” errada. E assim, eu fiquei paralisada, sentada, abraçando os joelhos, extasiada, e um pouco angustiada…e aquilo ficou na minha mente…”Sim…querida…até reatores!”…E eu sentirei cheiro de baunilha, enquanto chupo balas de hortelã, ou mastigar alguma folha do hortelã do fundo do quintal da casa do meu pai…eu lembrarei disso…E a partir de agora, vou te chamar de Vanilla Sky…

Lies on the first day only…First April…dear…

Believe in me as I believe in you…

Numa manhã qualquer  eu amaldiçoei seu nome,

E numa cascata de orgulho ferida, no meio da noite

No alvorecer da manhã eu disse solitariamente,

Eu não me importo, eu não me importo.

Mas é tudo mentira, tudo mentira…

Você sabe que eu me importo,

Eu não sei mentir meu Amor…

Amor, eu te Odeio…eu te Odeio,

Mas você sabe, você sabe…

Mentiras, Mentiras, é tudo mentira

Basta olhar em meus olhos e ver que estou mentindo.

E quando meus ombros pesaram em meu orgulho,

Amando você na minha mentira e ódio eu comecei:

Eu não amo você, eu não te amo, não mais,

Neste primeiro dia de abril, eu posso dizer,

Amor, eu não importo…Amor, eu não te quero,

Meus desejos são apenas em vão, estou apenas me divertindo.

E neste primeiro dia de Abril, então eu posso blefar.

É o único dia que eu vou fingir não estar de joelhos.

Amor, eu não consigo te enganar, você sabe que eu te Amo,

Eu sou atriz de uma divina comédia pastelona de quinta categoria,

Eu não consigo me conter, enquanto eu sussurro “Eu te Odeio”

Eu seguro fortemente sua mão, eu toco sua face,

Eu odeio…eu odeio toda a sua maldita beleza…Amor…

Eu não sei mentir usando adjetivos, Amor eu queria…

Eu queria ser mais Forte e segura ao dizer “Eu te Odeio”,

Mas meu rosto ruboriza e eu me entrego de novo.

Amor…você sabe que eu não sei mentir…olhe só pra mim!

Sou uma criança que quando come balas escondida,

Diz: “Não fui Eu!”…,Mas meus dedos estão melados,

Amor, eu me entrego…estou derretendo…agora,

Estou derretendo junto com minhas mentiras ensaiadas,

Eu não estou esperando por você, eu não me importo!

Minha memória não tem recordações suas, é tudo mentira!

Eu não estou te dizendo: “Eu te amo tanto”,

Minha mente não está angustiada, e eu te odeio…

Amor, olha só minhas cartas, elas são todas ruins,

Olhe…estou pedindo Truco…um black Jack estourado…

Amor, eu perdi tudo…porque eu blefei,

Meu blefe foi péssimo…foi a culpa do vinho…

Amor…dê risada agora…até um vinho engana melhor.

Já percebeu isso, quando estamos sentados, bebendo,

Parece que estamos bem…mesmo depois de 5 taças,

Está tudo bem, as pessoas conversam, e então nos levantamos,

O nosso corpo mentia o tempo todo…as pernas tremem…

Amor, quando eu te vejo…eu fico embriagada, mas não foi você,

Eu tomei muitas taças de vinho imaginário antes de dormir,

E então eu finjo que minha embriaguez é culpa do vinho,

Quando eu te vejo e fico atordoada…foi porque eu bebi…

Amor…estou mentindo…estou mentindo…basta olhar nos meus olhos,

Eles estão brilhando pra você agora, e com ódio eu lhe beijo e mordo o pescoço.

Eu queria dizer, “hey você é um tolo”, mas não consigo,

Meus olhos me entregam, meus pés me entregam,

Pois eles estão apontando pra você, o meu corpo inteiro,

O corpo fala meu Amor…o meu está contando uma história agora,

Você me disse que gostava de história…eu me lembro…

Amor, eu não lembro de nada, nada do que você me disse.

E de noite estou me recordando de cada palavra que me disse.

E eu lembro disso porque te Odeio…Eu te Odeio o Tempo inteiro.

Eu odeio sua pele assim, branca,

Eu odeio a curvinha do seu pescoço,

Eu odeio sua sinestesia e suas cores verdadeiras,

Eu odeio seu gosto musical,

Eu odeio seus olhos,

Eu odeio quando me fala para tomar cuidado,

Eu odeio suas fotos,

Eu odeio teus cabelos,

Eu odeio sua alma,

Eu odeio as covinhas do seu rosto quando você sorri,

Elas são muito feias, eu tenho pesadelos de noite…

Amor, tu és a coisa mais horrenda e grotesca que eu já conheci,

Eu odeio tudo, tudo em você, estou esperando você…Porque eu Te Odeio!

Quero lhe dizer: Amor…eu não te amo, nunca te amei, você é um tolo.

E eu te Odeio…Eu te odeio…Porque está rindo?Eu te Odeio!!

Estou esperando você me mostrar o contrário, olhar nos meus olhos e dizer:

“Mentirosa!Mentirosa!Com essa cor vermelha aí você não engana ninguém.”

Consegue ver a cor vermelha ao meu redor?Diga então que estou mentindo.

Eu te desafio a jogar a moeda pra cima, vamos brincar de verdade ou mentira.

Prove então que meu blefe é fraco, me abrace e mê dê um beijo,

Me mostre o quanto as cartas em minhas mãos são fracas e mesquinhas

Me provoque, porque eu vou odiar tanto, tanto…que vou pedir bis.

E então você vai ter que me provocar de novo…eu demoro para entender…sabia?

Eu sou orgulhosa Meu Amor…Tenho o mal de São Tomé…

Eu tenho que tocar seus lábios,  você tem que segurar minha mão.

Para lhe provar o quanto eu te Odeio…e eu tenho que fazer isso,

Várias, várias e várias vezes…de diferentes formas…Amor…eu Te Odeio.

Venha aqui, deite ao meu lado, eu vou arranhar suas costas,

Enquanto eu beijo a curva do teu pescoço, eu arranharei suas costas…

Arranharei bem devagar… porque… Eu te Odeio tanto que quero ver você sofrer,

Eu só quero ver sua pele arrepiada desse jeito…você sabe porque…Eu te Odeio!

Toque então minha pele e me leve de volta pra casa…me provoque outra vez…

Eu te odeio…eu te odeio…Amor…Eu te odeio!Olhe nos meus olhos…

Eles brilham assim porque…você sabe não é?Eu te Odeio…

     All that lies around put me where I am, where I stand
   Tell me can you hear all the pretty sounds to hear
   Tell me can you see all that lies around…

Do you want to ride down the hill on my back?On my back lying down on the job…Nobody slacking over here

Nihil Morari

Um homem passa com sua bicicleta,

O taxista que parece o Freddie Mercury também,

Há um homem grisalho barrigudo de jeito engraçado,

Há a mulher da lanchonete espremendo laranjas.

Os carros passam lá fora nesta manhã,

Estranha, estranha magnificência dos dias.

Pegue tudo aquilo que acredita e dê risada disso,

Pegue toda a sua tristeza e coloque a venda,

Sempre há alguém que compra o desespero.

Certamente, certamente, meta suas crenças em seus bolsos,

Se eles estiverem furados de tanta dor, suas crenças cairão,

Junte os cacos do seu vitral quebrado, e passe a acreditar

Novamente, novamente…suas crenças não se perderão.

Os meus olhos estão queimando no sopro e ele me diz:

[São apenas 93 milhões de milhas para se percorrer]

Estou quebrando umas torradas com os punhos,

Enquanto o chá esfria…eu conto as migalhas em cima da mesa.

E neste mundo, o que é novo, é incomum.

Estranhos queimam no calor das manhãs,

Abanando suas passagens de ônibus contra o rosto.

Fumaças de cigarros e risos aleatórios,

Eu vejo um homem de camisa listrada passar,

Esta na hora de celebrarmos, está na hora…

Faltam 10 minutos, faltam 10 minutos,

E tudo o que eu vejo é bonito,

Pois meus olhos sabem enxergar a beleza do dia.

Pegue tudo aquilo que acredita,

Coloque uma pitada de sal grosso em volta,

Faça um círculo ao seu redor…não é assim?

Não deixe ninguém entrar em seu mundo.

São suas coisas, aquilo que você ama e acredita.

E se te disserem que tudo é uma piada,

[“Fuck the silly *throw you out  joke* “]

Não importa o que as pessoas dizem,

Apenas acredite na beleza de suas crenças.

Em algum lugar isto é importante para mim,

Chove lá fora e eu estou chutando e pulando nas poças,

Está todo mundo vendo, mas eu não me importo,

Meus pés estão molhados agora, e eu corro,

Estou correndo atrás dos pássaros, eu quero voar também,

Mas os dias estão difíceis e pesados, sem visibilidade.

Estou em minha gaiola, e qualquer dia sairei.

Voarei então para bem longe, e vou pousar em seus ombros,

Mas só farei isso se nele estiver um palha para meu ninho.

Noites de Natal, tudo me lembra uma noite de natal,

As pessoas cantam todos os dias, noites felizes.

Como se toda maldita noite fosse noite de natal.

Eu não estou carregando um saco de presentes,

Eu não tenho meias penduradas na minha porta,

Eu apenas passo a meia noite na espera,

Estou com frio na beira da janela,

Estou contemplando as estrelas,

E você sabe que eu gosto de estrelas,

E eu acredito que isto é real…

O Girassol

Acordando todas as manhãs, tomando um banho em um chuveiro que não esquenta. Eu sinto as gotas de água fria escorrendo em minhas costas. E no meio de algumas gotinhas quentes, elas são um balde de água fria, principalmente depois de uma noite com sonhos perturbadores e doces do qual não consigo me lembrar. Lembro apenas detalhes…minha mente está angustiada demais para se lembrar disso agora. Estou esperando os flashes cognitivos surgirem, e assim lembrarei…talvez. 

No tempo que está passando, as casinhas estão ficando bem pequenas, lá na horizonte, tudo passando como um filme. Eu vejo pequenos vilarejos com seus cemitérios particulares, um homem pastoreia suas ovelhas, na beira de um lago. Tudo isso nas terras lindas, e extremamente particulares. Lugares por onde eu passei e me marcou. E foi lá por essas terras, que eu me libertei, num caminho de volta para o lugar que eu mais Amo, um lugar ao qual estou de joelhos no meio do meu jardim particular, plantando minhas flores e as pequenas gotas de água que escorrem de minhas mãos, de meus dedos, aos poucos estou cuidando de meu girassol. Ele está lá, não importa se é real ou não, eu não me importo mais, eu cuido dele, independente se ele vai me amar ou não, se ele nunca estiver por perto. Eu não me importo. Eu já disse, eu já me entreguei. Eu vivo agora apenas na conformidade. O que tiver que ser será, e enquanto isso, eu cuido de meu jardim. Ele é meu não é?E eu faço o que bem entender dele,eu converso com minhas flores, enquanto eu cuido delas, se elas me escutam ou não, isso não me preocupa mais. Estou evitando me importar. Eu não estou criando mais expectativas. Em questões de partículas quanticas e o caralho a quatro(perdão lord, pela expressão), eu sou agora uma partícula neutra. Você sabe que eu estou lá, mas estou neutra. Eu não quero nada em troca, se você não puder me oferecer nada, não tem problema. Eu me conformarei com isso, eu já passei por tanta coisa nessa vida, o que mais eu não conseguirei suportar?Meus ombros são fortes, e eu lhe digo, Amor, eu sou Forte. Acredite…quando eu lhe disser isso.

Eu sei que existem os ladrões de flores. Quando se cuida bem de uma flor, ela fica bem bonita não é?Você cuida, rega, conversa, tem todo o Amor e carinho, mas daí vêm um carneiro e come a flor. Eu não posso construir uma redoma de vidro em sua volta. E da minha janela eu apenas observo, apenas observo você ao longe na sua dor amarela. E então eu rezo, eu faço uma oração por ti. É o que eu posso fazer, na noite, enquanto o grilo canta e nas manhãs que acordo. E assim vou seguindo meu rumo. 

 

“You don’t have to break your heart in two my love
You don’t have to play a part, it’s you I love
You don’t have to hide from yourself
You don’t have to be someone else, again

 

You don’t have to rescue me
You don’t have to watch me drown
You don’t have to give to me
All I want is you

 

Be there my love
Be there tonight
Be there my love
Be there tonight

 

You don’t have to dress yourself up
Or stay the same
You don’t have to smile
If I say smile

 

You don’t have to be the best
You don’t have to give me rest
All I want is all you have
Nothing else
Nothing

 

Be there my love
Just be there my love

 

If you want the whole of me
That’s all you’ll get
I sing this song
I’d give my health, give it all

 

You don’t have to…

 

(Ah, she whispered, she said ‘I need you now’)
(Ah, she said ‘don’t worry, please me now’)
You don’t have to worry, have to worry
If I fall apart
You don’t have to wear strings
Or do those things
You’re enough in my heart

 

You don’t have to hide from yourself
You don’t have to be someone else
All I want is all you have
All I want is you”

Neblina

Bancos vazios no parque urbano,

O balanço não se move mais

Não se vê mais os risos das crianças.

O riso delas agora é puramente eletrônico,

As pessoas riem usando um simulador.

 

Simulador de risos,

Pergunte para mim se está tudo bem, 

E eu lhe direi: “Tudo bem e você?”

Pergunte como foi o meu dia hoje,

Ele pode ter sido bom, mas você sabe,

Você sabe o que falta para me sentir completa.

 

Eu estou esperando, estou esperando.

Não me importa mais o tempo,

Eu estou esperando, e seja o tempo que for,

Eu estou esperando, e vejo as folhas,

As folhas de outono caindo sem parar,

Eu acordei hoje e vi a neblina pela janela.

E no meio da manhã, eu sei que ela vai embora.

Em meus olhos, Meu Amor é suave,

Suave e constante, em minha Memória.

 

Eu estou te amando agora Meu Amor,

Saiba que eu não vou embora, 

Eu estarei sempre aqui, como uma neblina,

Como uma neblina em terras geladas,

Quando acordar de manhã, no cair da tarde,

E nas altas madrugadas, eu quero ser sua neblina.

Amor, eu adoro a noite, e as manhãs…

O Frescor das manhãs, a sensatez da Noite…

Hoje o dia amanheceu estranho. Não sei dizer o porquê, pois está tão bonito aqui fora!Não está mais aquele calor que deixa as pessoas meladas, está tão fresco!!!O sol está suave, mas hoje eu passei o dia inteiro bem quietinha, totalmente em OFF, rindo com escárnio. Eu acho que deve ser a saudade. Eu não tenho outra mísera explicação.

Estou trabalhando muito, são linhas e linhas de códigos e informações todos os dias. Eu saio de lá com minha cabeça girando, quero um momento só pra mim depois disso. Por isso que você me verá toda distraída no fim da tarde. Para descansar a cabeça, eu me desligo de tudo ao redor. E isso me rendeu um assalto na segunda-feira. Mas estou viva, meio em choque, mas enfim viva. A primeira vez é sempre marcante não é?

As pessoas tem o costume de dizer: “O dia passou rápido hoje não é Ana?”, eu olho e digo: “Nossa, é verdade, mal podemos prever a passagem do tempo”, e então eu continuo tomando meu café. Estou tomando litros e litros de café. Programar me dá sono. Eu não gosto disso. Eu me sinto uma inútil, não é algo que eu goste de fazer, mas em breve eu vou fazer aquilo que eu gosto. E esses três meses estão demorando muito para passar. As pessoas estão achando que tudo está passando muito rápido, mas eu olho os ponteiros e tudo parece estar passando em câmera lenta. Se eu te visse meu Amor…os meus segundos com certeza passariam muito rápido. Mas enquanto isso não acontece, eu amaldiçoo o stop motion do Tempo. Eu queria voltar atrás Amor…talvez eu faria as coisas do jeito certo, mas eu creio que não, nossos erros e traumas do passado nos tornam mais fortes. E eu me tornei mais forte. Eu acredito muito nisso, hoje sou uma pessoa melhor, porque ja dei muita cabeçada nessa vida, e pago por meus erros até hoje. Meu pai sempre me lembra disso, todos os dias. E ele faz questão de me lembrar disso, sobre o quanto ele sempre esteve certo…

Este texto está uma bosta. Perdoe meu linguajar meu bem, eu sei que você é um homem educado, que não xinga nem meu amigo folgado que disse que tu és um gostoso. Você deveria ter mandado ele pra pqp, mas como sempre, você não vai rebaixar seu nível não é?Eu sou estourada, não seja como eu. Mas o Linardo é legal, ele é legal e é hétero. É como um irmão pra mim, e ele vive rindo de 99 por cento das coisas que eu faço e vive me dando puxão de orelha, e querendo me trollar de alguma forma. Uma delas é: “Fala pra ele que eu achei ele gostoso”, eu dei risada…e sou uma palhaça. Quer prova disso?

Milton chega pra mim hoje e diz:

-“Ana, conhece a piada do pintinho Relam?”

-“Não Milton, qual é?”

-Quando chovia, RELAM”PI”AVA

É claro que eu ri…é claro. Sim meu bem, eu ri disso. Pode contar piadas de gosto duvidoso pra mim, você pode crer que eu vou rir!

Mesmo esse texto sendo muito ruim, eu vou continuar com ele. Escrever é uma libertação pra mim. Eu me sinto livre fazendo isso. É numa folha de papel, durante minhas manhãs, e neste humilde blog que eu descarrego tudo, mas tudo o que eu penso, tudo aquilo que estou guardando, as minhas emoções e todos os meus mimimimis, bibibis…Eu lembro de Cribcaged…Essa música me acalma o espírito. Eu me vejo destruindo paredes com uma marreta, quebrando copos, pratos, jogando garrafas no chão, no teto, na parede…Depois de destruir tudo eu deito no chão e fico rindo loucamente. Lágrimas escorrem do meu rosto, estou chorando de rir. Eu gosto do Caos às vezes. Ele me conforta, eu vejo a beleza no Caos. Ele me torna mais forte, mais viva, mais Forte. Quando o Caos aparece, e ele é bom, eu entro em estado de Fúria, e depois na calmaria. É como fazer Amor com a pessoa que se deseja há tempos. Tudo começa com Fúria, desespero!Há pedaços de epitélio nas unhas que arranham as costas, há manchas vermelhas no pescoço e na nuca, há roupas rasgadas no chão, sapatos jogados perto da porta, há o som da respiração ofegante no ar, o quarto é quente e abafado, mas há uma brisa na janela e chove lá fora…Depois da Fúria, vêm a calmaria…e o sábado de manhã…e o sábado de manhã.