Amor, doce amor, eu estou escutando teus passos ao longe,
Posso lhe dar as chaves se você for gentil e bater em minha porta,
Posso ficar brava se esquecer de tirar os sapatos ao entrar,
Você pode adoçar teu chá se quiser, pode bisbilhotar minhas anotações,
E em um sonho, vêm chegando de fininho, docemente, sem querer,
Em cima de minha mesa, há meus livros, canetas, papéis, discos,
De repente, na tua fúria,você joga minhas paixões ao chão, adorável bagunça…
Sem pedir permissão, você amou-me naquela mesa, em meio ao caos,
Num desespero sensual,bruto…Joga-me contra a mesa…Brutalmente delicado,
Cadê sua gentileza doce amigo?Eu vejo seu sorriso sádico, de canto de boca,
Me provocando, as coisas que eu amo ao chão, espalhadas, como nosso orgulho,
Na fúria, você me possui, no mesmo lugar dos meus amores, me segura em seus braços,
Suas mãos em meu corpo, marcador de minha pele em trechos eróticos,
Com teus olhos, mãos, pele, dedos, saliva…são como a mais bela poesia,
Sua voz sacana me excitando ao pé do ouvido, és minha canção favorita,
Então eu lhe peço mais, e como um refrão, você repete, suas notas sensuais, vício…
Doce invasor, no teu êxtase, seus dedos, mãos, língua, beijos, percorre um caminho,
Onde as minhas borboletas percorrem batendo asas, eu perco fôlego, juízo, vergonha…
Pele, suor, desejo, saliva, gemidos, o céu e o inferno…Uma linha tênue…
Amor, meu anjo, demônio?Faça-me de ti o teu pecado original, estou de joelhos agora…
Devora-me, como um fruto proibido, o teu corpo és meu paraíso, seu Amor é meu desejo…
Doce pecado…Confessável…Em linhas insones.