Take my hand and lead me …

Be patient, has a soft voice and wisdom of the gods, be strong, perfect and imperfect. Look around and see how many surprises life has in store. I close my eyes and feel you, watching me from afar like a cat. Do nothing, just look at me. I do not want to do the impossible. We are cut by the displacement of the hands of time. Each grain of sand falls, joins the others and shapes our time, like a drawing done by hand. You and I have a pencil and an eraser in his hand. Want to forget it all? Pass the rubber, either repair or add something? Take the pencil and eraser and change my story. Gently slide, but at the same time is strong and violent. Traces hard, strong and impressive, leave marks on paper, and when they are beautiful, no eraser that makes clear. Leave your mark, the way you want. I understand my way, and if I do not understand, take my hand and teach me how to do it. Surprises me, once again, take my hands and make me feel … alive!

I will survive!

Partirei da rodoviária de Campinas, oito horas da noite. Entrarei naquele ônibus, terei muitas horas pela frente para redesenhar minha vida quando voltar. Tenho muitas coisas para fazer, muitas coisas para trazer. E nesse tempo, vou desaparecer, talvez por uma semana, duas semanas talvez, mas é porque terei uma infinidade de coisas para fazer. E nesse tempo, pense em mim, eu estarei sempre pensando em você, mesmo que esteja, no momento, fora de meu alcance. Isso não me deixa triste, pois em meus sonhos você está muito perto, tão perto que eu caminho com meus lábios em suas costas e vejo você se arrepiar inteiro como um gato. Não me julgue cavalheiro. Eu já te falei que penso demais, e falo o que não devo. Eu me sinto uma desavergonhada, acordo totalmente corada(sinto meu rosto queimar lentamente), mas com um sorriso bobo no rosto e eu durmo de novo apenas querendo mais. Eu não sou convencional, eu gosto de surpreender e de ser surpreendida. Saiba disso sempre. Tenha paciência, eu preciso muito organizar meus pensamentos agora, eu só lhe direi…me espere, você saberá quando chegar a hora, e esta será a sincronia mais bonita do universo. Eu preciso de você, mesmo quando eu estiver longe, eu te levarei sempre comigo em forma de pensamento, e eles virão sob diversas formas: puro, belo, insano, trágico, mágico, sutil, irônico,criativo, sensual, engraçado, inesquecível, intenso, simples, complicado,imprevisível, romântico,arrebatador, passional, quente,impossível, frio, brilhante, especial, inesquecível, racional, surreal, sexual, trigonométrico, defenestrate, transfenestrate…(liguei no modo shuffle agora)…

E eu irei agora me deitar…às vezes peço para que Sandman pare de me mandar Incubus com o seu rosto, mas ele é esperto e teimoso, e gosta de brincar comigo. Então eu deixo ele se divertir…

I was a stalker?

And to think I saw him almost every morning … in the distance, sitting in the road bus, all in black shirts and thoughtful. Today I’d give anything to know what there thinking at that moment, but I just appreciate their beauty from afar, and when you got on the bus, I thought: “Will you remember me?”. And so went our way, you went to college, I believe, and I to the college as well, and work. We never talked, I just watched you without you realizing it …

Don’t be afraid, I’m just an ordinary woman, full of secrets to tell. A woman who shrinks to sleep, like a shell with a grain of sand inside … as the rain falls outside, and thousands of questions echoes in my head and one of them is: “Why?”, “Why I you can not get more of my dreams? Why are you so good a nightmare, which came at a time so horrible? “is just Sandman’s trick? he thinks I’m his puppet? I never wanted so much that he moved the strings in the middle of it so … so many nightmares, you come down the stairs, but I’m too far to reach me with my hands and touch his face and give you a kiss …

Hey, como estão as coisas?

Você me pergunta, eu respondo qualquer coisa, oculto parte da história, mas na verdade eu queria dizer:

Ontem foi um dia infernal. Milhares de ligações, rosto inchado, muitas lágrimas vertendo do meu rosto. E tudo porque eu não suporto ver uma pessoa sofrer. Nunca sofri tanto e às vezes eu me pergunto se eu mereço isso. Poderia estar tudo ok, eu não queria que isso tudo fosse assim. Eu poderia sim, aceitar a mudança proposta, mas o medo de sofrer vai ser maior, mas ao mesmo tempo o medo de ser egoísta e não aceitar a chance de me mostrar que tudo pode ser diferente. Poderia ter acabado em um: “OK sua filha da puta, nem precisa vir aqui buscar suas coisas, eu já estou jogando gasolina e botando fogo”.  Mas não, tem que me ligar, chorar, pedir, implorar, “mostrar que tudo pode ser diferente”, dizer “eu sei que fui um fdp, mas eu posso e eu vou te mostrar que podemos mudar”. As pessoas não entendem que muitas vezes é tarde demais. Eu escutei: “Sabe Ana, eu fui um imbecil por nunca ter lhe dito que você é Incrível, porque eu nunca tive medo de te perder, eu nunca enxerguei que estava te perdendo”. Eu sei, ele acordou só agora. Eu precisei dizer que não o amo mais, para ele me dizer que eu sou incrível. Eu fiquei  1 ano tentando mudar o cenário, mas nada era feito. Eu me pergunto, vale a pena se sacrificar?Tivemos muitos momentos bons, eu e ele, momentos que me fazem até querer dar uma chance, mas na próxima briga, eu vou me julgar, eu vou me condenar, e por fim, vou embora de vez, me sentindo uma trouxa. Me julgarei por não ter sido decidida em minhas palavras. De novo estarei pensando no lado dele e não meu. Ele me disse que eu nunca fui tão dura com ele. Sim, eu confesso, foi o meu erro maior. Eu também errei no relacionamento inteiro. Sempre baixei a cabeça e tudo estava bom, tudo ok…

It’s alright, it’s alright, it’s alright.

She moves in mysterious ways.

It’s alright, it’s alright, it’s alright.

She moves in mysterious ways…”

 

Eu queria apenas que tudo acabasse bem. Sem pedidos. Apenas um abraço de despedida, só isso. Apenas que ele me diga: “Vai com Deus, se cuida”. Mas ele vai ter que me fazer sofrer. Vai me fazer sofrer por não ter o deixado tentar. E eu vou carregar essa culpa até que eu veja que tudo já passou. Como diz minha amiga, “ele não vai se suicidar por isso”, mas o sentimento de “filha da putice” fica sempre, mesmo não tendo feito nada errado, aliás, eu fui sincera, eu poderia continuar lhe dizendo “eu te amo”, da boca pra fora, continuar dizendo “eu e meu namorado temos uma vida maravilhosa lá em Porto Alegre… quando não brigamos”. Óbvio, a parte do “quando não brigamos”, era sempre ocultada.

Eu não sou perfeita. Eu penso demais, e não penso pra falar. Sim, às vezes eu falo e não percebo que machuque. Muitas vezes sou uma ogra, mas sou sim capaz de amar, e amar muito. Portanto, odeio piadas, odeio quando fazem piadas acerca da minha capacidade de amar. Não quero que as pessoas me julguem. Quero apenas que entendam que a única coisa que preciso agora é apoio. Preciso que me digam que não preciso ter medo, que tenho que seguir o que meu coração está pedindo, pela primeira vez da vida. Preciso de pessoas, que na próxima vez que eu estiver com alguém, não me julguem como insensível (pode ser 1 ano depois, mas sempre tem alguém que diz: “Nossa…faz 1 ano que ELA largou do coitado” ). Eu esperarei o tempo necessário pra dizer “Estou pronta” (Bob Esponja Fellings).  Estou numa fase louca, eu preciso de lucidez, eu preciso tirar todo esse peso de tomar a iniciativa e acabar com tudo. Eu juro que nunca na vida eu quis tanto ouvir um “Acabou”, que não seja da minha boca. Sim, meu amigo, é aquela coisa horrível de tirar o peso das costas e jogar pra outra pessoa. Pode me dizer: -Coisa feia menina!

Estou me sentindo como a música “All we do is say goodbye”, de John Mayer:

 

“Just when I had you off my head
Your voice comes thrashing wildly through my quiet bed
You say you wanna try again
But I’ve tried everything but giving in

Why you wanna break my heart again
Why am I gonna let you try

When all we ever do is say goodbye
All we ever do is say goodbye
All we ever do is say goodbye
All we ever do is say goodbye

I bought a ticket on a plane
And by the time it landed, you were gone again
I love you more than songs can say
But I can’t keep running after yesterday

So why you wanna break my heart again
Why am I gonna let you try

When all we ever do is say goodbye
All we ever do is say goodbye”

 

Boiolagens  a parte, é a tradução perfeita das minhas brigas com ele queriam dizer e o que realmente vai acontecer. Eu apenas vou dizer adeus de vez, isso acontece, em algum momento de nossas vidinhas pacatas. Sou apenas mais uma pessoa na multidão, e o mundo me reserva muitas surpresas, pelo menos eu ainda acredito nisso. Por mais que seja a pior dor do mundo, isso dá e passa, e assim diz a minha sábia mãe…

Resumindo, é isso. E o que eu mais queria mesmo era te dizer “Boa Noite”, mas minha cabeça anda muito cheia ultimamente, me xingue por isso ok?É falta de educação não dizer “Bom dia!”, “Boa Tarde”, “Boa Noite”. Onde já se viu!

Sendo assim: Goodnight, mein Liebe, to every hour… in every day…

Let me know…

Silence all deserve your respect. We will have time and patience, we will live our lives and the sand slip through our fingers, and when there is more grain, just be sure there will be a single day to come. And then remember everything about what I said to him, and will one day tell me why could not sleep, but perhaps out of fear or pride, after all the sleepless nights, and my own, I wanted to know if it’s one less thing impossible apart. After each time grain take your place, let me know if I can still rise to touch the sky or walking in the rain with me …

If you’re not, tell me now, I would not do what you do not want. But I just need to know if it’s real. I need to know that the fact that you have made me feel alive was true or just a bad joke. I do not blame you have that effect on me …

Gute natch mein Liebe. What in your dreams find the answer you are looking for …

It’s not impossible things… meine Liebe.

“Você apareceu do nada e você mexeu demais comigo”

Tenho uma habilidade incrível em estragar tudo?Eu tento ser uma pessoa normal, uma pessoa que dá risada mesmo estando na pior. É uma válvula de escape. Eu não consigo entender que posso machucar as pessoas. Longe de ter a intenção disso, se isso fosse me fazer chorar mais tarde, madrugada adentro, como uma menininha renunciada pela mãe. Eu não sou perfeita, tenho meus defeitos, e olha que são muitos, mas não sou leviana. Eu não brinco com sentimentos, e ficaria muito chateada se imaginasse uma coisa dessas.

Estou com as mãos próximas da garganta, querendo me sufocar. A única coisa que eu quero é tirar esse peso de não amar mais uma pessoa com quem convivi três anos, e ter que dizer isso pra ela. Explicar que um dia amei, mas hoje não sinto mais nada. Nada que possa nos fazer ficar juntos de novo.Somente tenho a certeza que estou fazendo a coisa certa. E quando nós estamos nesse estado, vendo tudo aquilo que fizemos tão inconseqüentemente, aparecem surpresas na vida para mostrar o quanto mesmo você esteve errada esse tempo todo que achou que já sabia e tinha experimentado todas as sensações possíveis. Aparece feito uma tempestade que me deixou nua, sentindo frio e ao mesmo tempo calor, destruindo casas, arrancando árvores pela raiz,te deixando na escuridão a mercê do pecado. Estou mal, porque por mais que eu sofra, essa violência toda é deliciosa, é um vício, pois é  a primeira vez que eu experimento algo assim. Por isso não quero largar mais, estou viva, respiro ofegante, estou mais bonita. Penso em largar durante 1 segundo, mas é avassalador demais, e a toda hora eu quero me alimentar dessa força e quero cada vez mais, esse toque que me acaricia e que me bate,  esse vício que não desaparecer, isso que eu nunca tive na vida e julguei erradamente já ter vivido. E eu achava que já tinha me apaixonado de verdade, o meu orgulho todo foi posto a prova. Tomei uma bofetada tão forte, pesada, sutil, violento, que eu experimento o gosto do sangue todos os dias, todas as noites, 24 horas do meu dia, tirando meu fôlego, e dominando meus sonhos quando consigo adormecer. E enquanto ele estiver me batendo, eu vou adorar esse calor que me alimenta e me faz sentir viva, mesmo deformando meu rosto. Ainda terá a chuva pra me lavar, o vento para consertar meu rosto, e assim tudo recomeça. Ainda acha que tudo isso é uma mentira?É uma brincadeira?Uma “piada mortal”? Ich sage Ihnen, aber Sie irren sich meine Liebe…

“I’d love to touch the sky tonight

I’d love to touch the sky

So take me in your arms

And lift me like a child

And hold me up so high

And never let me go

Take me

Take me in your arms tonight

Hold me

Hold me up so high

And never let me down

Hold me

Hold me up so high

To touch the sky

Just one more time

Take me in your arms tonight

Take me in your arms

Just one more time

Just one more time

Just one more time”

Insônia e a arte da sutileza.

“Sometimes i can’t believe, I have the Best feelings again…into the night”

Falam por aí que viver é uma arte.  A arte da vida tem esboços. Tive uma época que me achava artista e desenhava alguma coisa ou outra. As pessoas me diziam que eu desenhava bem, mas mesmo assim, eu desenhava, olhava e depois jogava fora. Típico “FODA-SE ESSA MERDA EU NÃO GOSTO DISSO”.  Quando não estava contente com aquele esboço, eu pegava e ao invés de apagar e recomeçar, eu simplesmente jogava fora. Eu jogava o layout fora, reaproveitar o papel, jamais. Tudo tem que ser novo. Quando olhava e vi que gostava, eu guardava. Normal não é? Quando algo dá certo para nós, mantemos o layout, e no decorrer do tempo, a convivência dentro deste layout, vai moldando nossa arte, acrescentando coisas nele. O problema é quando exageramos no esboço, ou não sabemos gerenciar nossa concepção, e vamos ver que a história contada (porque toda forma de arte conta uma história), está se desmanchando e se tornando sem sentido.  Aquilo fica gasto, perde-se todo o sentido, por mais que a gente ame aquilo que está ali, é um amor que nos faz mal. Eu estou jogando fora esse layout antigo, porque agora uma nova forma de arte será criada, porque aquela que estava ali se desmanchando e nenhum pedaço poderia ser reconstruído. Por mais que eu juntasse os pedacinhos, nunca mais será a mesma coisa. Acabou a minha vida ali naquele papel foi levada junto com a água da chuva que eu tomei de propósito, pois assim, ao sentir as gotas de chuva caindo em meu rosto, constantemente se confundem com as lágrimas, é como se a tinta utilizada ficasse escorrendo, ou se fosse uma escultura ou um vaso de porcelana chinês, “pegue os pedacinhos e cole de novo”. O problema é dizer pra pessoa que eu fiz aquele desenho, que ele não existirá mais. Ele ficou vazio, frio e desgastado, e essa arte desgastada me machucou, está me fazendo sofrer, porque eu, que fiz o meu esboço ali, estava constantemente passando a borracha. No meio daquela paisagem bonita, durante quase três anos, foram satisfatórios, mas depois, de ficou altamente insuportável. Tinha sempre um ponto de perspectiva errado, e isso gerava rabiscos horríveis e o desenho cada vez mais feio e marcado pelos erros constantemente apagados com a borracha. E a todo o momento sempre me culpando, me rastejando, morrendo aos poucos e o lápis acabou e a borracha também. Não tenho forças para corrigir. A artista moldou sua escultura com muito cuidado, mas agora tudo se quebrou porque o grito que ela deu, foi tão estridente, tão cortante, que machucou tudo aquilo que já estava anteriormente reparado com cola. Acabou, e pois por mais que o indivíduo saiba que a escultura está quebrada, ele acha que tudo pode ser consertado, e as coisas não funcionam desse jeito.

Todos esses dias foram pensando em quantas coisas deixei de fazer, e quantas vezes acreditei que tudo daria certo, que nada aconteceria comigo. Eu estava engessada, machucada, e cega, pois não via que aquele desenho que estava naquele pedaço de papel não voltará mais a ser como antes, e eu não quero mais, não há mais paixão, existe agora apenas o amor por respeito, o amor e a gratidão de 3 anos de muitas alegrias, respeito e compreensão, mas daí veio o desgaste e esse desgaste não tem mais como ser suportado. Ele não sabe da queda, mas vai saber na próxima semana, ou em breve, e estou me sentindo mal, mas com certeza sei o que é melhor pra mim. Fiquei muito tempo me esforçando somente para os outros. Eu estava me abandonando, esquecendo que o mais importante sou eu estar bem. O papel será trocado e a história contada ali será diferente. Será mais sensata, mais séria, mais interessante, porque eu nunca, nunca mesmo, me senti tão viva igual agora. Andar pelas ruas, reencontrar velhos amigos, voltar a viver. É triste descobrir que com 24 anos de vida, eu deixei de viver muita coisa, fazer coisas simples da vida, como sair com uma amiga pra conversar sobre a vida. Prendi-me, fiquei dependente de outra pessoa. Tinha tudo pra ser diferente, poderíamos um casal feliz, mas eu e ele estamos apenas nos remendando, achando que tudo vai se resolver, mas eu não acredito mais nisso. Quero apenas, sentir-me viva de novo, ter mais cores na minha vida, que era tão preto no branco e vice-versa. Ficar ao lado de uma pessoa que me enxergue por dentro, que tenha sensibilidade quando eu falo de acontecimentos na minha vida. Eu sou intensa, eu gosto de arte, uma boa música, gosto de escrever. Queria ver mais óperas, ir a um espetáculo de dança, dançar tango, sair pra onde eu quiser, sem que isso fosse coisa de gente careta ou intelectual, eu simplesmente gosto. Eu não gosto de brincar com o sentimento das pessoas. Eu não gosto de pessoas levianas. Eu gosto de pessoas que quando leem um texto meu, se apaixonem pela história que está ali, e não diga “é apenas coisa de criança”, que entendam a beleza de uma música, o significado do que está sendo contadas ali, pessoas com senso de humor. Também gosto de sutilezas, pessoas que sabem utilizar a sutileza com primor são bem raras. São pessoas sensuais e inteligentes, marcantes e únicas.

Sutileza:

adj. Fino, delgado, simples. / Que é composto por partes finas, delgadas, tênues. / Que é muito miúdo: que escapa à vista. / Fig. Agudo, delicado, apurado, penetrante, que recebe facilmente as impressões (falando dos sentidos): Ouvido, vista sutil. / Hábil, talentoso, que tem penetração de espírito. / Que anda sem ser pressentido; leve, manso. / Feito com arte e delicadeza; primoroso. // s.m. o que é sutil; sutileza. // (Do lat. subtilis)

Agora quero ficar perto da família novamente, me afastei muito das pessoas que eu gosto. Eu não quero mais isto. Eu ficarei sempre por perto, só peço um pouco de paciência, para todas as pessoas que são importantes e que estão se tornando importantes. Eu não brinco com sentimentos, já brincaram muito comigo, e isso machuca. Eu não faria nada que não estivesse a fim de fazer.

Sobre o Efêmero

O que podemos falar sobre o efêmero?Fugaz, passageiro,momentâneo?É aquela paixonite de adolescente no auge de seus quinze anos achando que encontrou um príncipe encantado e 15 dias depois nos “desapaixonamos porque o príncipe virou sapo“. É aquela visão rápida mas que marca a gente pra sempre?É aquele sono que logo vai embora quando uma pessoa interessante aparece para conversar contigo?

Há dias e dias que eu ando pensando nas coisas fugazes da vida. É engraçado quantas vezes nos meus 24 anos, passei por situações que as pessoas se pegam falando para nós aquela típica frase: “Fica calma, isso passa, logo logo você se esquece!”. Quando eu era criança, um dia estava voltando da escola e encontrei uma pomba no chão. Não era aqueles pombos horríveis, sabe?Era uma pomba rolinha e aparentemente estava deitada no chão. Eu, na minha alegria e inocência  de criança achei que a pomba havia se machucado e eu queria salvar ela. Peguei um gravetinho e comecei a cutucar o pássaro no chão. Ela não se mexia, e eu achei estranho. Virei o bicho de barriga pra cima e vi que tinham vermes devorando sua barriga. Foi a minha primeira experiência que eu tomei consciência que as coisas vivas morrem. Elas morrem e podem ser devoradas, daquela forma, e uma menina piolhenta(eu estava fazendo tratamento contra piolhos na época…) ficaria chafurdando o corpinho putrefato e ficaria alguns minutos entendendo que porra era aquela. Eu ficava me perguntando o que aconteceu com aquele bichinho. Cheguei em casa e perguntei para minha mãe porque tinha “bigatos” na barriga daquela pombinha tão bonitinha. Bem, ela disse: “-Ela morreu!Isso acontece com todo mundo!”. Minha mãe adotiva não tinha tanto tato para explicar as coisas. Na época, comecei a assistir os primeiros filmes de terror. Um deles foi um da “saga” Sexta-Feira 13. Quando abrem o caixão do meu querido Jason Voorhees, aparecem novamente os malditos vermes rastejando na cara dele junto com baratas e besouros cenográficos de gosto bem duvidoso.  Sendo assim, me lembro que entrei em pânico na mesma proporção de quando assisti “A Colheita Maldita” achando que toda espécie de milharal da face do nosso planetinha acolhia uma espécie de demônio que poderia arrancar sua espinha dorsal pela cabeça. Imagina uma criança fazendo associações: “Um dia eu vou morrer, e vou ser devorada. Eu não quero morrer, eu não quero vermes me comendo”. Sei que fiquei uns 2 dias pensando só nisso. Mas, como os adultos dizem, “isso passa”. Isso passou e eu esqueci mesmo. Nem liguei mais para as coisas mortas, pois os adultos me disseram que as pessoas podem ser cremadas, então esse fato me tirou todo aquele pavor. Isso foi um exemplo de algo efêmero. Foi uma visão de uma pomba morta que me deixou em pânico durante 2 dois e depois eu nem me lembrava mais, até que um dia uma coisa que todo mundo tem, chamada memórias cognitivas de curto prazo, no caso, o tal do efêmero, momentâneo, passageiro, transitório.  Foi um episódio de curto prazo, mas é algo que eu voltei a me recordar quando tinha 15 anos,pois eu vi uma criança na praça central de Santa Bárbara d’Oeste cutucando a pomba morta com um graveto de algodão-doce. É engraçado que foi a partir desta idade que eu comecei a ter flashes de memórias perdidas. Sabe?Aquelas memórias banais, que a gente não dava importância no começo, ou que nos deu um trauma leve, porém passageiro, ou simplesmente nem nos lembrávamos mais. Coisas que eu via e não conseguia entender o que era exatamente, e de repente aquilo volta, em decorrência de algo no nosso cotidiano nos trazer de volta qualquer tipo de acontecimento correlato.

Andei pensando esses dias, sobre essas coisas rápidas, como o simples fato de uma pessoa olhar pra você num metrô lotado e sorrir numa plena segunda-feira. Hoje uma senhora bem idosa olhou pra mim e me deu um sorriso, e eu retribui. No meio de várias pessoas mal-humoradas porque era segunda-feira e mal esperavam a sexta-feira chegar, uma pessoa que lhe retribui ou distribui um sorriso, é algo marcante não é?Ela foi embora, desceu na estação da Saúde e eu vi ela bem devagarzinho com sua bengala em direção da escada rolante. Aquele sorriso durou frações de segundo, mas é algo que vou conservar comigo, assim como a visão de meu pai, meus irmãos menores e minha mãe na beira do mar. Eu estava sentada no guarda-sol observando eles de longe. E minha irmãzinha de 10 meses se descobrindo nas marolinhas do mar e sorrindo mostrando seus 2 dentinhos inferiores. Quanto tempo durou isso?10 minutos?Sim, foi muito rápido, mas daqui alguns anos, naquele mesmo local, aquilo que foi efêmero se transformará em saudade e numa lembrança permanente. Quem disse que tudo isso é passageiro?